ÀS TRAÇAS
Uns vivem na sarjeta sem lares, sem mães, E dormem ao relento - Pobres cães vadios! - De noite seus corações a gritar de frio, - De dia os seus estômagos gemem por pães. Enquanto outros ostentam, passeiam de iates E vivem pelo mundo torrando milhões Com suas faces sempre à mostra em multidões E suas crianças "chutando chocolates". E o despautério leva minh'alma à descrença Diante da miséria e vendo a indiferença Que me corrói o ser e inunda os olhos meus... Por onde se escondeu a nossa vã decência? Será que se acabou a santa providência? Cadê a divindade, enfim, onde está Deus? Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 03/10/2007
Alterado em 28/07/2014 |