SAUDOSO
Estando aqui no topo das desilusões
Sentado no batente frio da incerteza
Eu mergulho no vasto campo da tristeza
E vejo um negro prado de recordações.
No trono que eu ocupo (feito de agonia)
Apoio-me na bengala das inverdades
E marcho passo a passo, rumo às falsidades
Que eu guardei num baú escrito: "fantasias".
Abro a porta composta de melancolias,
E adentro o velho quarto cheio de ironias,
Sentando-me na cama entregue à soledade.
E vendo o teu sorriso na foto embaçada
Atiro-lhe a bengala e após vê-la quebrada,
Corto os meus pulsos com esses cacos de saudade.
Nizardo Wanderley
Enviado por Nizardo Wanderley em 03/10/2007
Alterado em 16/07/2015 |